Por mais de quarenta anos nas estradas eu andei
Puxando gado pro corte no estribo eu era o rei
Saindo das terras baixas e cruzando o ribeirão
De ponteiro sempre à frente com o berrante na mão
Eu tinha meus companheiros, capataz de bom preparo
Pegavam mestiço à unha se fizesse necessário
Não tinham medo de nada enfrentavam o perigo
No sol, na chuva e no vento sempre estavam comigo

(Refrão)
Vai boiadeiro vai riscando esse sertão
Tocando forte o berrante esquecendo a solidão
Vai boiadeiro vai riscando esse sertão
Tocando boiada em frente com Deus pai no coração.

As histórias que eu contava ao entardecer lá no sertão
Ao redor de uma fogueira escutavam com atenção
Tão logo banhava o rosto pranto forte de emoção
Pra rebater a tristeza a tira colo o chimarrão
A mulher e os filhinhos sempre em casa a me esperar
Quando a boiada era entregue eu só pensava em voltar
Riscava o estradão ligeiro fazendo poeira no ar
Pra no calor dos braços dela novamente descansar.

Composição: Cassiano / Luiz Henrique