Quando os ventos de setembro, aguçam o instinto das feras
E a novilhada retoça, pelo cio da primavera

Covas de touro se abrem, florescem trevos no meio
E os tauras travam combates, pelo poder do rodeio

Um touro pampa de marca, mandando terra pra cima
Outro touro pêlo osco, por contragosto se arrima

Dois tauras por excelência, duas tormentas a frente
Juntando forças de campo, pra desaguar numa enchente

Nos quatro esteios das patas, eu monarqueava meu posto
Prenunciando pêlo e sangue, que a espora conhece o gosto

"O mouro nem escarceava, atento ao mundo da volta
E os meus quatro ovelheiros, formavam a guarda da escolta
Depois da luta firmada, e as armas postas pra querra
Aspas de ponta de lança, lombos curtidos, de terra"

Torenas assim se pecham, como se fosse um ritual
Pelear pra sobreviver, ou por um simples ideal

Não param nem pelo mango, nem nos encontros do mouro
Peleiam por serem tauras, por seu instinto de touro

Depois cansados tranqueiam a vão seguir seus caminhos
Deixando covas abertas, pra um avestruz fazer ninho

Composição: Luiz Marenco