Faz tempo que eu madrugo versos quase sem querer
Pra alma recordar seu jeito de não te esquecer
E trazer para o redor do fogo mais lembranças tuas
Dessas que a gente, depois das luas
Cevava um mate pra amanhecer

Parece até que o mesmo mate esqueceu seu gosto
Depois que uma velha saudade repontou teu rosto
E um jeito que trazia o brilho de olhar moreno
Chegou povoando meus sonhos pequenos
Que tinham cismas de serem teus

Ah! Minha flor pequena
Dessas que nascem pelos rincões
Trazendo a graça das corticeiras
Enfeita a tarde por ser tão bela
Deixa meu sonho acordar o teu
E o meu silêncio te adormecer
Quando a saudade vier me ver
Com teu sorriso na minha janela

Sempre que meus sonhos tantos saem por aí
E levam junto minha alma pra perto de ti
Eu guardo bem os meus silêncios
Porque eles sabem que são só meus
E quase já não cabem na casa grande do coração

E eu que andei tão distante me encontrei em mim
Sem mesmo perceber que a vida pode ser assim
Ter a graça de uma flor bonita, dessas corticeiras
E ao mesmo tempo ser por inteira
Aquilo tudo que já sonhou

Ah! Minha flor pequena
Que traz guardada sonhos demais
Deixa que a alma mostre teu rumo
Que anda hoje perto do meu
Traz teu sorriso de flor vermelha
E aquele brilho do teu olhar
Toda saudade pra se matar
Que o dia ainda não anoiteceu

Composição: Gujo Teixeira / Luiz Marenco