No cartão de procedência
Pouco importa onde nasci
Busquei rumo e me perdi
Querência, minha querência
Desde então, me chamo ausência
Porque me apartei de ti

Como cavaleiro andante
Das léguas que caminhava
Sempre que me aproximava
Do sonho correndo adiante
Mas me sentia distante
Daquilo que procurava

Quem vira mundo não para, nem, tampouco, desanima
Há uma lei que vem de cima, na estrada do Tapejara
Tempo que nos separa é o que mais nos aproxima
Quem vira mundo não para, nem, tampouco, desanima

E, nesse andejar em frente
Sem procurar recompensa
Fui vendo, na diferença
Entre passado e presente
Que a lembrança de um ausente
Tem mais força que a presença

Já no final da existência
Saudade, tempo e distância
Pra conservar a fragrância
Da primitiva inocência
Me tornei canto de ausência
Querência da minha infância

Quem vira mundo não para, nem, tampouco, desanima
Há uma lei que vem de cima, na estrada do Tapejara
Tempo que nos separa é o que mais nos aproxima
Quem vira mundo não para, nem, tampouco, desanima
Quem vira mundo não para, nem, tampouco, desanima

Querência, minha querência
Quem vira mundo
Que vira mundo não para
Busquei rumo e me perdi
Querência, minha querência
Pouco importa onde nasci
Quem vira mundo
Querência da minha infância
Não para

Composição: Jayme Caetano Braun / Luiz Marenco