Onde houver penca, eu descubro
Apronto rédeas e rimas
Eu desato o lenço rubro
E atiro o chapéu pra cima

Ganhei pencas, mais de um cento
Perdi uma no focinho
Só não corro contra o vento
Porque o vento é meu padrinho

Vai a crina em desalinho
Batem tambores os cascos
Há tragos, milongas e vinhos
E nas brasas um churrasco

Águas lépidas da fonte
Deram ao potro estas ânsias
De alcançar o horizonte
Engolindo estas distâncias

Rédea solta pra alegria
Deixa atrás os desenganos
As horas montam nos dias
Na cancha reta dos anos

Lá vou eu no trote lento
Assobiando no caminho
Só não corro contra o vento
Porque o vento é meu padrinho

Composição: Luiz Coronel / Marco Aurélio Vasconcellos