Barniz

Será por ti que no hay más velo que tu pelo
Y que la luna se ha vestido de arlequín pa ti y pa mi
Será por ti que las fatigas son mis primas
Y es que se me caga encima el corazón al sonreir
Será por ti que no me da la puta gana de
Asomarme a la ventana ni para verlas venir
Será por ti que mi envite a la vida es rascar mi barriga

Me repica el corazón por bulerías si me mira
Si me engrasa la garganta con saliva
Mis duquelas y mis males palmean por soleares
Si me dice que me quiere to los días

Me apego a ti como el barniz, y se te pudre la madera
En mil quinientas primaveras sin dormir

Será por ti que caben tos mis malos ratos
En la caja de zapatos donde guardo el porvenir
Será por ti que me tropiezo en el pasillo
Con el canto de los grillos cuando no me quiero ir
Será por ti que llega el nueve de febrero
Y otra vez soy carcelero de unos besos sin carmín
Será por ti que lo mío en las nubes solo es un desliz

Me repica el corazón por bulerías si me mira
Si me engrasa la garganta con saliva
Mis duquelas y mis males palmean por soleares
Si me dice que me quiere to los días

Me apego a ti como el barniz, y se te pudre la madera
En mil quinientas primaveras sin dormir, como el barniz

Serás cabrón, murmura el sol con la boquita pequeña
Serás desgraciao, murmura la vida, que pronto me olvidas
Con lo que te he dao
Seré lo que no quise ser, seré tu cielo, tu antojo, tu niño, tu mar
Serás hijo puta, guiñandome un ojo me dice la luna al pasar

Me apego a ti como el barniz, y se te pudre la madera
En mil quinientas primaveras sin dormir, como el barniz

Me apego a ti como el barniz, y se te pudre la madera
En mil quinientas primaveras sin dormir, como el barniz

Verniz

Será para você que não a um véu maior que seu cabelo
E que a lua se vestiu de Arlequina para você e para mim
Será para você que as minhas fadigas são primas
E é que meu coração está cagando quando eu sorrio
Será por você que eu não tenho vontade
De ficar na janela nem mesmo para te ver chegar
Será por você que a minha vida é coçar a barriga

Meu coração vibra como bulirias se você me olhar
Se me enche a garganta com saliva
Meus duques e aflições aplaudem com a canção
Se me disser que me quer todos os dias

Me apego em você como verniz, e se a madeira apodrece
Em quintas mil primaveras sem dormir

Será que é por você que me cabe todos os meus males
Na caixa de sapatos onde guardo o futuro
Será por ti que eu tropeço no corredor
Com o canto dos grilos quando quero ir embora
Será por que que chega nove de fevereiro
E outra vez sou carcereiro de um beijos sem carmim
Será por você que estar nas nuvens é só um deslize

Meu coração vibra com bulirias se você me olhar
Se em enche a garganta com saliva
Meus duques e minhas aflições aplaudem com a canção
Se me disser que me quer todos os dias

Me apego a você como verniz, e se apodrecer a madeira
Em quinhentas mil primaveras sem dormir, como o verniz

Será, murmura ao sol como a sua boquinha pequena
Será desgraçado, murmura a vida que vai me esquecer em breve
Como o que te deu
Será o que não quis ser, será o seu céu, seu capricho, seu menino, seu mar
Será filho da puta, piscando um olho me disse a lua quando passava por mim

Composição: