395px

E Nos Deram as Dez (part. Kakalo)

Edith Márquez

Y Nos Dieron Las Diez (part. Kakalo)

Fue en un pueblo con mar, una noche después de un concierto
Tú reinabas detrás de la barra del único bar que vimos abierto
Cántame una canción, al oído, y te pongo un cubata
Con una condición: Que me dejes abierto el balcón de tus ojos de gata

Loco por conocer los secretos de mi dormitorio
Esa noche canté al piano del amanecer todo mi repertorio
Los clientes del bar, uno a uno, se fueron marchando
Tú saliste a cerrar, yo me dije: Cuidado, chaval, te estás enamorando

Luego todo pasó, de repente, tu dedo en mi espalda
Dibujo un corazón y mi mano le correspondió debajo de tu falda
Caminito al hostal nos besamos, en cada farola
Era un pueblo con mar

Yo quería dormir contigo y tú no querías dormir sola
Y nos dieron las diez y las once
Las doce y la una, y las dos y las tres
Y desnudos al anochecer, nos encontró la Luna

Nos dijimos adiós, ojalá que volvamos a vernos
El verano acabó, el otoño duró lo que tarda en llegar el invierno
Y a tu pueblo el azar, otra vez el verano siguiente
Me llevó, y al final del concierto

Me puse a buscar tu cara entre la gente
Y no hallé quién de ti me dijera ni media palabra
Parecía como si me quisiera gastar el destino una broma macabra
No había nadie detrás de la barra del otro verano

Y en lugar de tu bar me encontré una sucursal
Del Banco Hispano Americano
Tu memoria vengué, a pedradas contra los cristales
Sé que no lo soñé, protestaba mientras me esposaban los municipales

En mi declaración alegué que llevaba tres copas
Y empecé esta canción en el cuarto
Donde aquella vez te quitaba la ropa
Y nos dieron las diez y las once

Las doce y la una y las dos y las tres
Y desnudos al anochecer nos encontró la Luna
Y nos dieron las diez y las once
Las doce y la una y las dos y las tres
Y desnudos al anochecer nos encontró la Luna

E Nos Deram as Dez (part. Kakalo)

Foi em um povoado à beira-mar, numa noite depois de um show
Você reinava atrás do balcão do único bar que vimos aberto
Cante uma canção pra mim, no ouvido, e eu te dou um drink
Com uma condição: Que me deixe aberto o balcão dos seus olhos de gata

Louco pra conhecer os segredos do meu quarto
Naquela noite cantei ao piano do amanhecer todo meu repertório
Os clientes do bar, um a um, foram saindo
Você saiu pra fechar, eu pensei: Cuidado, cara, você tá se apaixonando

Depois tudo aconteceu, de repente, seu dedo nas minhas costas
Desenhou um coração e minha mão correspondeu debaixo da sua saia
Caminhando pro hostel nos beijamos, em cada poste de luz
Era um povoado à beira-mar

Eu queria dormir com você e você não queria dormir sozinha
E nos deram as dez e as onze
As doze e a uma, e as duas e as três
E nus ao anoitecer, nos encontrou a Lua

Nos dissemos adeus, tomara que a gente se veja de novo
O verão acabou, o outono durou o tempo que leva pra chegar o inverno
E ao seu povo, o acaso, de novo no verão seguinte
Me levou, e no final do show

Comecei a procurar seu rosto entre a galera
E não encontrei quem de você me dissesse uma palavra
Parecia que o destino queria me pregar uma peça macabra
Não havia ninguém atrás do balcão do outro verão

E no lugar do seu bar encontrei uma filial
Do Banco Hispano Americano
Vinguei sua memória, a pedradas contra os vidros
Sei que não sonhei, protestava enquanto os guardas me algemavam

Na minha declaração aleguei que tinha tomado três drinks
E comecei essa canção no quarto
Onde naquela vez eu tirava sua roupa
E nos deram as dez e as onze

As doze e a uma e as duas e as três
E nus ao anoitecer nos encontrou a Lua
E nos deram as dez e as onze
As doze e a uma e as duas e as três
E nus ao anoitecer nos encontrou a Lua

Composição: