Ataúd

No hay taxis que parar
No hay rosas que coger
No queda un baro que gastar
No para de llover
No me preguntes si he tomado

Y es que no hay bares que cerrar
Ni gringas que comer
No quedan chelas que apurar
Sin alguien con quien ver
Morir la lluvia en los tejados

Así que voy
Dejándome llevar
Cantando esta canción
Que nada va a cambiar
Casi que hoy apagaré la luz
Tendré que acostumbrarme al ataúd

No hay gallos que fumar
Ni tachas que comer
No quedan rallas que raspar
Ni almohadas que morder
Y el resto ya se me ha olvidado

Así que voy
Dejándome llevar
Cantando esta canción
Que nada va a cambiar
Casi que hoy apagaré la luz
Tendré que acostumbrarme al ataúd

Caixão

Não há táxis para parar
Não há rosas para pegar
Não há um baro para gastar
Não para de chover
Não me pergunte se eu tomei

E não há barras para fechar
Não gringas para comer
Nenhum chelas deixou apressar
Sem alguém para ver
Morrendo a chuva nos telhados

Então eu vou
Me deixando carregar
Cantar esta canção
Que nada vai mudar
Quase que hoje eu vou desligar a luz
Vou ter que me acostumar com o caixão

Não há galos para fumar
Não há tachas para comer
Nenhum arranhão deixado para raspar
Sem travesseiros para morder
E o resto eu esqueci

Então eu vou
Me deixando carregar
Cantar esta canção
Que nada vai mudar
Quase que hoje eu vou desligar a luz
Vou ter que me acostumar com o caixão

Composição: Miguel Iglesias Reina