Na casa velha vivemos a envelhecer o velho de nós
No vinho extinto estamos a merecer o raro de nós
Na casa que é nossa casa
E estamos pela primeira vez
Nas pedras do morro o árduo antevemos
Vivendo o que será

Trazer a lenha
Escolher a lenha
Queimar a lenha
Vamos preparar o comer

A espera da casa divina e as mãos secas a nos ceder
Nos olhos negros o tempo não sabe se calar
Na casa cem anos e um dia podem parecer iguais
Na casa velha vivemos a despertar
O melhor de nós

Trazer a lenha
Escolher a lenha
Queimar a lenha
Vamos preparar o comer

Composição: Bernardo Do Espinhaço / Rafael Furst