Soneto À Mama

No es que no vuelva, porque me he olvidado
De tu olor a tomillo y a cocina.
De lejos, dicen que se ve más claro,
Que no es igual quién anda y quién camina.

Y supe que el amor tiene ojos verdes,
Que cuatro palos tiene la baraja,
Que nunca vuelve aquello que se pierde
Y la marea sube y luego baja.

Supe que lo sencillo no es lo necio,
Que no hay que confundir valor y precio,
Y un manjar puede ser cualquier bocado

Si el horizonte es luz y el rumbo un beso,
No es que no vuelva porque me he olvidado:
Es que perdí el camino de regreso

Soneto À Mama

Não que mais uma vez, porque eu me esqueci
Seu aroma de tomilho e cozinha.
De longe, dizem que ver com mais clareza,
Isso não importa quem vai e quem anda.

E eu sabia que o amor tem olhos verdes,
Que o baralho tem quatro naipes,
Que nunca mais volta que se perdeu
E a maré sobe e então cai.

Eu aprendi que a simplicidade não é um tolo,
Não confundir valor e preço,
E um prato pode ser qualquer mordida

Se o horizonte é leve e tendo um beijo,
Não que novamente porque eu me esqueci:
É que eu perdi o caminho de volta

Composição: Juan Manuel Serrat