Náufrago a Contravento

Sinto as miradas bater no meu peito
Sinto corazas fundirse en silencio
Sei do mal, coñezo o ben
Tamén os meus talentos
Hai días que soño con botarme ó mar

E sei de ti cando non estás
Busco sombras nun deserto
Agora non fago, só queimo un papel

E funme só e non regresei
Náufrago a contravento
Cuberto de flores, baleiro por dentro
Náufrago a contravento

Sinto a cordura atando baleiros
Sinto os teus beizos soprando os meus beizos
E saín de min e atopeime en ti
Na dozura do teu xeito
Recobrei a consciencia abrazado ó teu peito

E prometo estar cando non estés
E prometo ser nós mesmos
Debuxando paisaxes e envellecendo

Non me deixes ir, eu non te soltarei
Loitaremos contra o vento
Camiñando con paz, abrazados a un tempo

Náufragos a contravento
Náufragos a contravento

Náufrago ao contravento

Eu sinto os olhares batendo no meu peito
Eu sinto curadores derretendo em silêncio
Eu sei do mal, eu sei o que é bom
Também meus talentos
Há dias que sonho em me jogar no mar

E eu sei sobre você quando você não está
Estou à procura de sombras no deserto
Agora eu não, eu só queimo um papel

E voltei sozinho e não voltei
Naufrágio em contravenção
Coberto de flores, vazio por dentro
Naufrágio em contravenção

Eu sinto a sanidade amarrada vazia
Eu sinto seus lábios soprando meus lábios
E eu saí de dentro de mim e me encontrei em você
Na doçura do seu próprio caminho
Eu recuperei a consciência abraçando seu peito

E eu prometo ser quando você não estiver
E eu prometo ser nós mesmos
Desenhar paisagens e envelhecer

Não me deixe ir, não vou deixar ir
Nós vamos lutar contra o vento
Andando com paz, abraçando um ao outro

Naufrágio em contravenção
Naufrágio em contravenção

Composição: Nao Galiza