De repente, como um pássaro duvida a luz se não cantar

Não, diversas vezes não
Não há porque negar
Não uso da razão
Na hora de cantar
E é mesmo o coração quem rege o meu compasso
Não, não sou tão racional
Como era de esperar
E a lúcida palavra que eu queria dizer
Transforma-se num sopro em pura intuição
E por qualquer razão
Eu fico a mercê
Pra onde dessa vez, meu coração vai me levar

Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer
Meu coração de criança
Não é só a lembrança de um vulto feliz de mulher

Cantada em verso ou não
É por assim dizer
A musa da canção
Que eu nunca vou fazer
É o sopro da emoção
Das que eu sempre fiz
Não, diversas vezes, não
Não há porque negar
Não uso da razão
Na hora de cantar
E o jogo da emoção parece estar assim
Por mais inconsciência que possa parecer
Minha idade da razão
Hoje parece estar no fim

Meu coração vagabundo que guardar o mundo em mim

Composição: Oswaldo Montenegro