Levantei a tampa, voltei ao passado
Meu mundo guardado dentro de um baú
Encontrei no fundo todo empoeirado
O meu velho laço bom de couro cru

Me vi no arreio do meu alazão
Berrante na mão no meio da boiada
Abracei meu laço velho companheiro
Bateu a saudade, veio o desespero

Sentindo o cheiro da poeira da estrada
Estrada que era vermelha de terra
Que o progresso trouxe o asfaltado e cobriu
Estrada que hoje chama rodovia

Estrada onde um dia meu sonho seguiu
Estrada que antes era boiadeira
Estrada de poeira, de Sol, chuva e frio
Estrada ainda resta um pequeno pedaço

A poeira do laço que ainda não saiu
Poeira da estrada só resta saudade
Poeira na cidade é a poluição
Não se vê vaqueiros tocando boiada

Trocaram o cavalo pelo caminhão
E quando me bate saudade do campo
Pego a viola e canto a minha solidão
Não me resta muito aqui na cidade

E quando a tristeza pega de verdade
Eu mato a saudade nas festas de peão
Estrada que era vermelha de terra
Que o progresso trouxe o asfaltado e cobriu

Estrada que hoje chama rodovia
Estrada onde um dia meu sonho seguiu
Estrada que antes era boiadeira
Estrada de poeira, de Sol, chuva e frio

Estrada ainda resta um pequeno pedaço
A poeira do laço que ainda não saiu

Composição: João Paulo / Rick