Cada vez que eu lembro chego a estremecer
Todo aquele esforço para adormecer
Quando a minha porta começou a ranger
Tinham me avisado o que ia acontecer
Pus os cobertores para me esconder
E eu nem respirava para não me mexer

Contra os seres finos e compridos, parecidos
E eu ali todo encolhido
E com medo de morrer.
São taquaras, são taquaras!
- Um monte de taquaras!
Quatrocentas mil taquaras
- Só tem tronco, não tem cara!
Só tem tronco, não tem cara


Cada vez que lembro tento me benzer
(do Pai, do Filho e do Espírito Santo)
Passam pelos quartos ao escurecer
Nunca agente sabe o que elas vão fazer
Cada vez que lembro chego a estremecer
Nunca a gente sabe o que elas vão fazer!

São taquaras, são taquaras!
- Não sei quantas mil taquaras!
Quatrocentas mil taquaras
- Putz! Só tem tronco, não tem cara!
Só tem tronco não tem cara

Cada vez que eu lembro chego a me benzer
São taquaras, são taquaras!
Passam pelos quartos ao escurecer
Nunca a agente sabe o que elas vão fazer.

Composição: Paulo Tatit / Sandra Peres