Já faz tanto tempo a gente sempre a esperar
E o tempo que não pára de passar
Um kota sentado atrás de um vidro embaciado
Pelo frio que faz lá fora

As costas curvadas do passar do tempo
Dos sacos nas costas duma construção
O corpo molhado do bater da chuva
Do petrificado e velho coração

Até os meus avilos já faz tempo
Gostava de revê-los abraçá-los por um momento
Até minha mamã n’zambi faz tempo
Olha só aquele kota que chora
Mas a gente sabe que um dia há-de chegar a hora
De viver a vida como a vida deve ser vivida
Na nossa terra, terra querida

No ritmo do tempo a gente tenta apressar
Pra ver se descobre uma maneira nova de chegar
Um dengue perdido um velho kota sofrido
As pernas cansadas de tanto caminhar
A lágrima chorada atrás de uma janela
O fundo vazio na minha panela
O teimar ainda e o acreditar que a gente vai chegar

Ai até o tempo vai parar por um momento
Pra nos receber pra nos ver chegar
Até minha mamã n’zambi vai dar tempo
Olha só aquele kota que chora
Mas a gente sabe que um dia há-de chegar a hora
De viver a vida como a vida deve ser vivida
Na nossa terra terra querida

Composição: