Alguém como eu que conhece os mistérios da vida
As ilusões, as paixões, as feridas
Quando canta tem que falar de amor
Que viu desencontros tristezas, segredos guardados
E viu a saudade lavando os pecados
Sabe que o amor faz o perdão calar a dor

O amor não se explica
Com o amor tudo fica tão simples
A existência é curta
Quando vê já se acabou
A gente se apega nas coisas
Pensando - é pra sempre
E descobre de repente
Que pra sempre, só o amor

Ao ver a criança nascida sem ninguém no mundo
A mulher traída a amou num segundo
Não é justo o inocente padecer
Depois veio o tempo, a viuvez, a velhice, o cansaço
O menino cresceu e hoje a ampara em seus braços
De onde vem tal amor ele nunca vai saber

Eu vi esse pai se entregar com a alma vencida
A filha se foi, partiu sem despedida
Com só cinco anos, a gente não espera acontecer
Então ele olhou com tristeza no ohar do assassino
E disse, eu perdôo o teu desatino, vocês não me entendem
Mas ela vai entender

O amor não se explica
Com o amor tudo fica tão simples
A existência é curta
Quando vê já se acabou
A gente se apega nas coisas
Pensando - é pra sempre
E descobre de repente
Que pra sempre, só o amor

Quem ama enxerga esse mundo bem de outro jeito
E não carrega suas mágoas no peito
A vida é pra frente, nada se constrói com o que passou
Eu lembro de Gandhi, de Cristo, de Krishna, de Chico
De Buda, Teresa, Confúcio, Francisco
E não desisto de crer no que essa gente ensinou

A vida é mesmo uma coisa com seus descaminhos
Mas o amor não nos deixa sozinhos
Não deixe o amor se sufocar ante o viver
A gente se engana e esquece o que é mais importante
E não vê que o universo é maior que esse instante

Por isso pergunte valente - amor, cadê você?

Composição: Plinio De Oliveira