Ela vem como uma vontade
Sem ela tudo é saudade
Ela só não use te prender
Chega a dar água na boca
Mas quando a farinha é pouca
O fermento faz render
Tem um gosto delicado
Como açúcar refinado
Amargando igual jiló
Tem cheiro de felicidade
Parece até liberdade
Mas é desespero em pó
Vai deixar de respirar
Pra fingir que é feliz
(Talvez até acreditar)
Achou que era brincadeira
Inalou tanta poeira
Que espirrou de alergia
Com a garganta dormente
Até rangiam seus dentes
Sem paz, sem calmaria
De tão quente até nevava
Enquanto seu peito congelava
Sem saber o que fazia
Branca de Neve atormentada
Por sete demônios em fila marcada
Sete feridas que ela mesma abria
Vai deixar de respirar
Pra fingir que é feliz
(Talvez até acreditar)