Andei rondando em largas madrugadas
De aguadas sem estrelas refletidas
Deixando no chão branco das geadas
Pegadas na distãncia já esquecida
Cruzei pelas léguas do meu tempo
Sem tempo pra o florir das primaveras
Ouvindo a cantiga que há no vento
Dizendo que eu por só me fiz tapera

Refrão
Quem traz no olhar uma saudade
Pontiando invernos sobre as casas
Vê apagar-se o sol das tardes
Tentando em vão soprar as brasas
Quem viu ao longe a mocidade
Sumir nas curvas do caminho
Deixou morrer a flor da idade
E sem querer ficou sozinho


Perdido nas longuras das estradas
Trilhadas pelas horas mal dormidas
Aprendi que a vida é quase nada
Se a alma está em pedaços repartida
No amargo onde tropeio sentimentos
Por momentos o coração sonha que méras
Esqueço a solidão que tenho dentro
Invento alguma flor a minha espera

Refrão

Composição: