O samba não morre ele tem corpo fechado
É tanque de guerra, carro blindado
No meio do ringue ele é peso pesado
Nasceu no terreiro, em solo sagrado
Vou pela quebrada na cadência do samba
Sou cria da savana latino americano
Banhei no chafariz, botei água na caçamba
Bamba dos bambas da cei a samamba
O pagode é hi-tech, respeita as mina e os pivete
Meu guarda-chuva é de aço na chuva de canivete
Batuque pesado bombando no estéreo
Abala estrutura, derruba império
Pegue o seu rótulo, enfie na sua embalagem
Minha cultura é essência, não é imagem
Trap, boombap, samba de roda, ou de breque
Um desacato aos guardinhas do rap
Samba, samba biônico
Samba, samba bass
Hipoteticamente falando se o samba nunca tivesse sido inventado
Onde nossa diáspora negra encontraria o descanso esperado
Descanso ativo, meditativo
Acendendo a chama ancestral daquele que esteve passivo
Samba de breque, samba de caixa, de parada
Prepara preta pra esse samba de embolada
E se embola não enrola, prepara preta e rebola
Nem pensa, faz a sua hora, e a nossa chegou agora
E eu vim dizer quicando de manhã até o anoitecer
Canto pro orixá e também canto pra você
Se tá curioso vai sambar na roda pra ver
Mas tem que saber, tem que saber
Que o samba foi criado com a missão de enaltecer
É puro poder, puro poder
O samba de bamba verdadeiro
Nunca, nunca, nunca vai morrer