Geraldo

Muito esfomeado, come um bocado
Gosta de um salgado, vive entalado
É muito danado, nunca tá parado
Quando tá virado, chamam de pirado

- Por que pirado?
- Quer ser professor pra dar zero pra todo mundo, maluco.

Geraldo
Geraldo
Geraldo
Geraldo

O negão o convidou pra fazer uma caçada
Levava a gaiola e o negão a espingarda
Espingarda era preta, atirava toda hora
Negão pegava o bicho e botava na gaiola
A gaiola era pequena e o bicho bem feroz
Ai bem de repente se ouvia aquela voz

Geraldo
Geraldo

Adora verde e rosa e não marca bobeira
Segura o estandarte, vai na frente da mangueira
Não pode ver mangueira que fica cheio de graça
Arrepia o corpo todo quando a mangueira passa
Começava a rebolar no repique dos taróis
Ai bem de repente se ouvia aquela voz

Geraldo
Geraldo

Lá na feira de Acari, na barraca do Jacinto
O coração bateu forte quando encontrou o pinto
Mas como era bonitinho, ele dormia no saquinho
Tava cheio de vontade de segurar o pintinho
Lembrava da alegria, euforia dos avós
Ai bem de repente se ouvia aquela voz

Geraldo
Geraldo