Les Brutes

As Brutas

Les Brutes

Ao longe eu vejo bandeiras em desordemAu loin je vois des drapeaux en pagaille
Ao meu redor as crianças caem sob a metralhaAutour de moi les gosses tombent sous la mitraille
Ao longe eu vejo bandeiras que tremulamAu loin je vois des drapeaux qui vacillent
Vejo os martelos, não as foicesJ'aperçois les marteaux, pas les faucilles
Brutas sedentas caíram sobre mimBrutes assoiffées dessus me sont tombées
No reverso do uniforme um sinal deformadoSur le revers de l'uniforme un signe difforme
Vagas lembrançasVagues souvenirs
De pessoas orgulhosas, punhos erguidos, correndo nas ruasDe gens fiers, poings levés, courant dans les rues
Tchecoslovacos perdidos,Tchécoslovaques perdus,
Voltados para o oeste, nada de novoTournés vers l'ouest rien de nouveau
Na porta da sua casa, reabra o túmuloA la porte de chez toi réouvre le tombeau
A visão dos tanques vai te deixar atordoado, atordoadoLa vue de leurs chars te laissera hagard hagard
Ao longe eu vejo bandeiras que flutuamAu loin je vois des drapeaux qui flottent
Ao longo das avenidas, essas pessoas de botasLe long des avenues ces gens chaussés de bottes
Ao longe eu vejo bandeiras que tremulamAu loin je vois des drapeaux qui vacillent
Vejo os martelos, não as foicesJ'aperçois les marteaux, pas les faucilles
Brutas bem treinadas, propaganda de guerrilha,Brutes bien entraînées, propagande guérilla,
Que com um gesto, de um só, te colocam em ordemQui d'un geste, d'un seul te mettent au pas
Ideologia construída sobre seus cadáveresIdéologie construite sur vos cadavres
Ouçam-nas cantar com a arma apontadaEcoutez-les chanter le fusil pointé
Ouçam-nas vangloriar seu sistema políticoEcoutez-les vanter leur système politique
Onde você marcha em fila sob a vara e os policiaisOù tu marches dans le rang par la trique et les flics
Adivinhe-as corteses, se você se mexer eu te abatoDevinez-les courtois si tu bouges je t'abats
Adivinhe-as ferozes quando no napalm queimarem suas criançasDevinez-les féroces quand au napalm ils brûleront vos gosses
Ao longe eu vejo bandeiras em desordemAu loin je vois des drapeaux en pagaille
Ao meu redor as crianças e suas entranhasAutour de moi les gosses et leurs entrailles
Ao longe eu vejo bandeiras que pegam fogoAu loin je vois des drapeaux qui s'enflamment
Gritando pela cidade, correm suas mulheres, suas almasEn hurlant dans la ville courent vos femmes vos âmes
Fiquem então despreocupados, fiquem então perplexos?Restez donc insouciants, restez donc perplexes ?
Convidem-nas para beber, comer, se distrairInvitez-les à boire, à manger, à se distraire
Sentados à mesa, eles falarão dos gritos que silenciamosAssis à table ils parleront des cris qu'on fait taire
Eles falarão da morte e de seu poderIls parleront de la mort et de son pouvoir
Eles vêm até você para se satisfazerIls viennent chez vous pour se satisfaire
De ver você de joelhos, de oferecer a outra faceDe vous voir à genoux de tendre la joue
Cuspam na cara deles no último, no selvagemCrachez-leur au visage dans l'ultime dans le sauvage
Peguem-nos na mira, visem a cabeça sem hesitarPrenez-les dans vos mires visez la tête sans fléchir
Ao longe façam com que eu nunca veja bandeirasAu loin faites que je voie jamais de drapeaux
Que as crianças continuem a rir, a serem belasQue les gosses continuent à rire à être beaux
Ao redor façam com que as famílias floresçamAutour faites que s'épanouissent les familles
Sem o peso de um martelo nem a sombra de uma foice.Sans le poids d'un marteau ni l'ombre d'une faucille.