Nestes versos tão singelos
Minha bela, meu amor
Pra você quero contar
O meu sofrer e a minha dor

Sou igual ao sabiá
Que quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está

Nesta viola
Canto e gemo de verdade
Cada toada
Representa uma saudade

Eu nasci naquela serra
Num ranchinho beira-chão
Todo cheio de buracos
Onde a lua faz clarão

Quando chega a madrugada
Lá no mato a passarada
Principia um barulhão

Nesta viola
Canto e gemo de verdade
Cada toada
Representa uma saudade

Lá no mato tudo é triste
Desde o jeito de falar
Pois o Jeca quando canta
Dá vontade de chorar

E o choro que vai caindo
Devagar vai-se sumindo
Como as águas vão pro mar

E o choro que vai caindo
Devagar vai-se sumindo
Como as águas vão pro mar

Composição: Angelino de Oliveira