Rasura

A beleza imperfeita do amor em 'Rasura'

A canção 'Rasura', de Oswaldo Montenegro, é uma reflexão poética sobre os erros e imperfeições inerentes às relações amorosas. A letra utiliza a metáfora da 'rasura', que é o ato de riscar ou corrigir algo escrito, para falar sobre as marcas que os erros deixam em um relacionamento. O eu lírico pede desculpas por um 'gesto insano' que, apesar de negado pela mente, deixou uma marca no coração da pessoa amada. Essa imagem sugere um arrependimento por atitudes impensadas que, mesmo não sendo racionais, impactaram profundamente a relação.

O artista fala sobre a 'lógica dos fatos' e como ele traiu essa lógica, indicando que as ações tomadas contrariaram o que seria esperado ou correto. A 'rasura' no 'branco', que pode simbolizar a pureza ou a perfeição inicial do amor, é justificada pela complexidade do eu lírico, que é uma 'mistura' de qualidades e defeitos. A música também aborda a dualidade da calma e da loucura, mostrando que mesmo em um estado de tranquilidade, a intensidade dos sentimentos ainda queima.

No entanto, o eu lírico conclui que as imperfeições e os erros foram necessários ('Foi perfeita na sua hora'). A aceitação de que a 'rasura' fez parte do processo e que, de alguma forma, contribuiu para a beleza do amor é uma mensagem poderosa. A última estrofe celebra a ideia de que até mesmo o 'primeiro original' do mais belo poema estava 'rasurado', sugerindo que a perfeição está na imperfeição e que os erros são parte essencial da experiência humana e do amor.