Baby

A Rebelião da Inocência: Análise de 'Baby' de Raul Seixas

A música 'Baby' de Raul Seixas, um ícone do rock brasileiro conhecido por suas letras provocativas e filosóficas, aborda a transição da infância para a adolescência, marcada por descobertas e conflitos internos. A letra retrata uma jovem de treze anos, enfrentando o dilema entre a inocência de sua idade e os desejos emergentes que a sociedade e a moral tradicional consideram prematuros ou inapropriados.

O refrão 'Não dá ouvido à razão, não / Quem manda é seu coração' ressalta a luta interna entre seguir as regras impostas pela razão social e ouvir os impulsos do coração, que começam a se intensificar na adolescência. Raul Seixas utiliza metáforas como 'a mancha do batom vermelho' para simbolizar a perda da inocência e o despertar sexual, temas frequentemente vistos como tabus.

Além disso, a música critica a rigidez das instituições, como a escola e a religião, que tentam moldar e reprimir os sentimentos naturais dos jovens. A frase 'Deus não é tão mal assim' sugere uma visão mais liberal e menos punitiva da espiritualidade, contrastando com as noções de pecado e culpa frequentemente ensinadas às crianças. Raul Seixas convida o ouvinte a refletir sobre a autenticidade e a importância de seguir o próprio coração, mesmo que isso desafie as normas estabelecidas.