Fandangos de Galpão
Sérgio Terres Viana
A saudade bate no peito como mango num redomão
Aquerenciado de saudade eu finco o pé neste chão
Nisto ouço uma cordeona e o choro de um violão
E vou atrás dos meus cambichos num fandango de galpão
Quando vou pra um fandango, sempre levo violão
Canto versos de repente para prenda e o peão
Para um bom cantador nunca pode faltar canha
Cada marca que eu toco mais a indiada se assanha
Dançam, gritam e sapateiam
Todos com animação
Como é bom barbaridade
Os fandangos de galpão
Toco chotes e milongas
O bugiu e o vaneirão
E a gaita véia resmungando
Com choro do violão
E quando sai uma peleia, o xiru pega o facão
Se enfrentam cara a cara, nunca afrouxam o garrão
Daí vem o mestre sala e aparta a indiada
E de novo no salão o freje da peonada
Dançam, gritam e sapateiam
Todos com animação
Como é bom barbaridade
Os fandangos de galpão
Toco chotes e milongas
O bugiu e o vaneirão
E a gaita véia resmungando
Com choro do violão
Nunca falta uma prenda que fique encantada
Ofereço para ela uma valsa apaixonada
Descubro o nome dela, ela é a China rita
Quando vê que estou a fim ela logo se agita
Dançam, gritam e sapateiam
Todos com animação
Como é bom barbaridade
Os fandangos de galpão
Toco chotes e milongas
O bugiu e o vaneirão
E a gaita véia resmungando
Com choro do violão
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