Sonatina

Sonatina

Sonatina

As taças já vaziasLas copas ya vacías
sobre o balcão gelado,sobre el frío mostrador,
em cada taça um sonho,en cada copa un sueño,
uma lágrima, um rancor.una lágrima, un rencor.
E seguem as rotinas,Y siguen la rutinas,
a velha sonatina,la vieja sonatina,
chorando na neblinallorando en la neblina
do fumo e do licor.del humo y del licor.
A turva indiferençaLa turbia indiferencia
do que vai pra esquecer,del que va para olvidar,
a outra indiferençala otra indiferencia
do que bebe só pra beber.del que toma por tomar.
Renega da sua dor,Reniega de tu pena,
gastada, mas estranhagastada pero ajena
e no fim você fica só,y al fin te quedas solo,
como uma taça a mais.como una copa más.

Com seu violino desbotadoCon tu violín descolorido
e com sua alma de arlequim,y con tu alma de arlequín,
você continua sem esquecer,seguís andando sin olvido,
de bar em bar.de cafetín en cafetín.
Sua velha e triste sonatina,Tu vieja y triste sonatina,
parece, em cada bodegão,parece, en cada bodegón,
uma esperança que caminhauna esperanza que camina
sob um céu de neblinabajo un cielo de neblina
arrastando um coração.arrastrando un corazón.

E você segue noite após noite,Y sigues noche a noche,
desnudando seu violinodesnudando tu violín
e vai de mesa em mesay vas de mesa en mesa
com sua alma de arlequim.con tu alma de arlequín.
Sua alma teimosaTu alma empecinada
que nunca encontra nada,que nunca encuentra nada,
buscando nas cantinasbuscando en las cantinas
e em cada bar.y en cada cafetín.
Buscando um sorriso,Buscando una sonrisa,
uma lágrima só,una lágrima nomás,
buscando quem compreendabuscando quien comprenda
a amargura que há por trás,la amargura que hay detrás,
de cada madrugadade cada madrugada
quando você fica sócuando solo te quedas
olhando as moedasmirando las monedas
que não vai levar.que no te llevarás.