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Meio Século (Pré)

Aborigine

Letra

    Artista: Aborígine
    Música: Meio Século
    Autor: Marcus Dantas

    Bem vindo ao epicentro dos destros
    Gigantes ondas privativas que varrem todos os hemisférios
    Locam e não compram automóveis de uso público
    E em licitações amigáveis dividem os lucros

    Que luxo! Quantos quilates têm sua privada?
    Em seu frigobar só água mineral, e não encanada.
    Tipo aquela mesma que passa por algum colégio
    No rótulo. Beba esta junto ao remédio

    Ordem e progresso, mas progresso para os ricos.
    Ordem para os pobres em sua fila rumo ao precipício
    O mesmo onde é jogado o lixo hospitalar
    Se não morrerem na queda, ainda há a chance de se contaminar.

    Deixa pra lá... Em jornais não vejo isto estampados
    Mas é claro o governo fabrica jornais de 25 centavos
    Jovens com estatos, porém não são lembrados.
    Pois na primeira página apareceram com seus rostos desfigurados

    Na policia e nas ruas. A morte por uma cédula
    O mesmo que mata, retrata e arrecada com a tragédia.
    Largue sua terra. Bem vindo à dinastia do medo
    Falta médico, equipamento e até mesmo leito.

    Um alto preço... Embarque nas sucatas paulistas.
    É o tétano ambulante trafegando sobre as vias
    Alegria, o florão da pátria é assim.
    Transportada em um trem bala de festim.

    Ordem e progresso o clero no florão do planalto
    Ao redor os vassalos

    Vos apresento a capital sem maquiagem ou máscara
    Sua face é facilmente notada em suas entradas
    O ar que se respira e a terra que pisa são divididos por muralhas
    Conforto as aves, pau de arara os burros de carga.

    Gramas a mais, desviam a rota do líquido dos bovinos.
    Vão a outra terras e a outros intestinos
    E é isso que incomoda, reflexo feio no espelho d'água
    Excrementos no lago, lavadores de carro, pedintes da rodoviária.

    Não se iluda com novo mundo, boa vida só discurso.
    Venha se gostar do calor e belo aconchego de viadutos
    Sorte sua se conseguir, pois é grande o povo.
    Cuja esperança fora desviada para o entorno

    Aqui as coisas são mais fáceis, caderno, farda, lápis.
    Mas com a alta qualidade aproxima-se um lado do cárcere, outro das grades.
    Lugar mais alto do pódio, a propaganda anuncia sua verdade.
    Mas pergunte a um estudante e confira se as colocações batem

    Eis o contraste. Para a alta classe película, monólogos, páginas, teclas.
    Orçamento não garantido para a vizinhança em que a enxada a mão caleja
    Constroem andares, piscinas, suítes.
    Trocaram o pau a pique, por lona preta e madeirite.

    O sofrimento mudou de endereço, deixou a caatinga, o sertão, o nordeste.
    Não esperou aqui chegar, visitou cada buraco das BR´s.
    Isso é apenas um trecho da realidade que não acaba, nunca some.
    Somente é escondida atrás de mentiras, palácios e pontes.

    Refrão

    A ordem é ninguém passar fome
    Progresso é povo feliz
    Brasília? Outros 50

    Marcus Dantas


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