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O Circo

Aborigine

Letra

    E pessoas pequenas, vulgarmente chamadas de anões
    Por tempos atrações de circo como aberrações
    Humanidade prepotente, arrogante
    Transformam doentes em homens elefante

    Por diamante, pau brasil, ouro e prata
    Escravizam! justificativa: não possuem alma
    Por quanto tempo esconderam atrás da palavra a ganância
    Industria farmacêutica que propaga falsa esperança

    Com discurso da cura, injetam o câncer na áfrica
    Assim se lucra, extermine o povo, resta a terra farta
    Acabar com a miséria ou com os miseráveis?
    Resposta capitalista: ogivas nucleares

    Semelhante a áfrica eu vejo o agreste, o sertão
    Olhados com asco pelo resto da população
    No sul só são baiano, paraíba
    Na novela, fofoqueiro, prostituta interpretada pela artista

    No piauí, família gaúcha compra terra, planta soja
    Para a vista o sofrimento a preço de esmola
    Nessa horas eu vejo hitler presente
    No homossexual ferido com a lâmpada fluorescente

    Até quando a gente não vai compreender o amor
    Como verbo até divino e não somente pornô
    Reality show, musa do carnaval, hit do verão
    Que faz criança de 3 anos rebolar no chão

    Amassa a latinha que o pai bebeu
    Entorpecido, agressivo, na esposa bateu
    Logo a criança reproduziu
    O palavrão que na televisão ouviu

    Monitor hostil, propaga discriminação
    Na turma da mônica, o negro não banha - cascão
    Até que o negro entra na programação
    Faustão anuncia: beleza feminina, mulata, marrom bom bom

    Que atendem a industria do sexo
    Em cada propaganda de cerveja, mulher objeto
    Dia dia, note e anote, mais você, não importa o nome
    Na tv mulher é moda, receita, cozinha, silicone

    Na nação patriarcal, nada surpreende
    A mulher é apenas um a entre parênteses
    Segundo plano, remuneração alguma
    Tríplice jornada, e até o rap trata como vagabunda


    A cada um e cada uma, escute a voz que canta
    Que o homossexual não seja a extravagância no programa
    O despertar das risadas
    Sempre o motivo das piadas

    Humanidade amarga, imbecil, inumana
    Não consegue sentir,não sorrir, nunca ama
    Não é segredo pra ninguém
    Quem tem preconceito, levanta o dedo. uai, não tem ninguém?

    Ainda bem... que canto mentiras, mas não
    Aonde você guarda a discriminação?
    Na piada da escola que se chama bulling
    Ou no apelido inocente, cruel e rude?

    No vomito forçado com vergonha do corpo
    Pra atingir o padrão de beleza da globo
    Que nunca será atingido
    Por ginástica, plástica, cosméticos e lipos

    Pois esse padrão só resulta em bulimia
    Osteoporose, fobia, anorexia
    E na vitrina, um só manequim, um só peso
    Como se não existissem obesos

    Acuados na roleta do ônibus
    O capital que vende fritura, também vende redução do estomago
    Até quanto a humanidade marchará em re
    Transformando em um circo de aberrações a beleza de soleil.

    Nós não somos diferentes
    E sim diversos

    Mas também somos monstros
    Não por fora, mas aqui dentro

    Nós que julgamos e excluímos
    Nós sim somos as aberrações e ao mesmo tempo os palhaços


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