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No Invernadão Das Poliangas

Abramo Machado e Felipe Araujo

Letra

    Clareia o dia no grito
    Que firma a goela
    Do peão de estância
    Que busca a volta dos fundos
    Até o sereno
    Das macega se levanta
    E o Sol groteiro sai das timba
    E vem pra o mundo

    Costeio a sanga e
    Cruzo no passo do meio
    Contemplo a calma
    Na manhã que se arremanga
    Um touro berra
    Logo abaixo do saleiro
    Qual fosse o dono
    Do invernadão das poliangas

    Estendo a vista
    E bombeio de ponta a ponta
    Sigo ao tranquito
    Enquanto a lida encordoa
    Meto o cavalo num
    Lote que ainda remancha
    Grameando quieto
    No costado da lagoa

    Sou peão de campo
    Conheço bem o compasso
    E não refugo quando
    A volta se abaguala
    Não é brinquedo lidar
    Com gado de cria
    Onde o campeiro
    Cura bicheira e assinala

    Mas pra esse ofício
    Fui parido e não me achico
    Pois acredito que
    Esse seja o meu destino
    De andar no mundo
    Empurrando algum fiador
    E tirando balda de
    Algum metido a malino

    Sei que o meu mundo
    Se resume a este anseio
    Que se destapa quando
    A manhã se arremanga
    Mas me acho livre
    Igual ao berro do touro
    Que ecoa longe
    No invernadão das poliangas.


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