Una rosa y un farol

Uma rosa e um lampião

Una rosa y un farol

Vou roubar na floricultura uma rosa vermelha,Robaré en la florería una rosa colorada,
te esperarei como sempre, sob o lampião;te esperaré como siempre, bajo el farol;
você vai chegar à meia-noite, despenteada, corada,llegarás a medianoche, despeinada, arrebolada,
me dará um beijo longo e vai me pedir perdão.me darás un beso largo y me pedirás perdón.

Vou te dizer que não me importa, eu te amo como antes,Te diré que no me importa, yo te quiero como antes,
te perdoo a cada instante da sua traição.te perdono cada instante de tu traición.
Só quero que você apareça e voltemos ao passado,Sólo quiero que aparezcas y volvmos al pasado,
para essa esquina da minha vida com a rosa e o lampião.a esta esquina de mi vida con la rosa y el farol.

No estanho sagradoEn el estaño sagrado
já vomitei meus pecados,vomité ya mis pecados,
do seu braço e do seu hálitode tu brazo y de tu aliento
não me resta nem o cheiro.no me queda ni el olor.
Te lembro adormecida,Te recuerdo adormecida,
os bochechos corados,los cachetes colorados,
isso é tudo que eu tenho,eso es todo lo que tengo,
e uma rosa e um lampião.y una rosa y un farol.

Te esperei como um soldado, como um carro abandonado;Te esperé como un soldado, como un auto abandonado;
te esperei até a noite desbotar.te esperé hasta que la noche se destiñó.
Os moleques da rua me tomaram por um políciaLos vaguitos de la cuadra me tomaron por un cana
e quando passou a viatura me tomou por gigolô.y cuando pasó la cana me tomó por taxi-boy.

Me feri, mas querendo, o espinho da rosa,Me clavé, pero queriendo, el aguijón de la rosa,
me encolhi junto ao caule do meu lampião.me acurruqué junto al tallo de mi farol.
Quando a manhã ameaçou, fumava o quarto cigarro,Cuando amagó la mañana fumé el cuarto cigarrillo,
pisei, como com raiva, quando o lampião se apagou.lo pisé, como con rabia, cuando se apagó el farol.