1000 vezes

Yeah!
No meio do nada
O sol brilha para todos
E a sombra... É para fakes e para haters... Por que esses sim
Merecem!

Para permanecer vivo, as ruas fizeram de mim sinistro
Vendi o meu sonho, de ser um piloto, ou então, ministro
E o sentido de viver pé-rapado tornou-me num monstro
Com magias dessas e das outras palavras, comprei outro

Fiz o trabalho, mas, em certo sentido também me fez
Não tem governo onde moro, estou preso num xadrez
Ao longe, consigo ouvir vozes insólitas entre os papéis
Por isso, luto pelo o que quero, para fazer a minha vez

Vida, vento, vela, sem querelas, peço-vos aquela chancela
De desinformar as informações, que a mídia prende na tela
Da geração da utopia, com tanta heresia, e sem medo dela
Ví o tempo a passar por um filme, nas ruas e ruelas da favela

Converti a derrota em trampolins, para novas oportunidades
Pai ausente, mãe carente, por um final das nossas dificuldades
Tu, ouviste a falarem de mim, mas, acredita, que nada sabes
Querem-me aqui a todos mal, e eu quero mal a tantos covardes

Podem massacrar-me mil vezes
Matar-me mil mortes mil vezes
Eu sigo o meu caminho mil vezes
Sem medo e sozinho mil vezes

Podem humilhar-me mil vezes
Matar-me mil mortes mil vezes
Eu sigo o meu caminho mil vezes
Sem medo e sozinho mil vezes

Sou como um pedaço de papel jogado ao ar
Voo sem rumo e sem lugar para pousar
Seguindo apenas o soprar dos ventos
Que me levam à lugares que desconheço 1000 Vezes!

Lapso de quem disse que o amor é cego, o meu consegue ver
Compreendo o vosso problema, mas... Já não posso resolver
Não, culpem ninguém, nem toda gente nasceu para vencer
Estou na batalha, estou na batida, por que aqui parar é morrer

Mais velhos dizem que ausentar é triste, por isso, é que a dor insiste
Mas, a Lunda fez de mim diamante, carvão, ferro, ouro, cobre
Desculpa não agradar, simpatia forçada não é meu ponto forte
A causa é o sistema político e o crime do rico que a lei o cobre

Entre os sinais de pontuação aprendi a lidar com o que é grave
Pensando como o Chamberland fiz do meu Rap minha autoclave
Tento, enquanto pedes para que a minha sorte bata numa trave
Tás sentido, por não me teres sonhado em me ver suave na nave

O meu relógio não pára e o que é largo também fica estreito
Vou me embora, bro, passando por muralhas, canalhas e deserto
Haters por carreira apertam os ass, para que nada dê certo
Alguns dizem estarem comigo, e estão, mais longe do que perto

Podem massacrar-me mil vezes
Matar-me mil mortes mil vezes
Eu sigo o meu caminho mil vezes
Sem medo e sozinho mil vezes

Podem humilhar-me mil vezes
Matar-me mil mortes mil vezes
Eu sigo o meu caminho mil vezes
Sem medo e sozinho mil vezes