Sur

Sul

Sur

Pedro viu a luz pela primeira vezPedro sur vio la luz por primera vez
Uma quinta-feira três, um dia como outro naquele bairroUn jueves tres, un dia como otro en ese barrio
Rodeado de miséria, de cachorros e milagresRodeado de miseria, de perros y milagros
Foi como sempre, um parto improvisadoFue como siempre un parto improvisado
Pouca assistência, bastou uma parteiraPoca asistencia basto una comadre
Algo comum numa pobreza sem paiAlgo comun de una pobreza sin padre
Um negativo colorido, balas e floresUn negativo a colores, balas y flores
A ninguém importa se você ri ou choraA nadie importa si ries o llores

Sul de pobreza, é o grito da ruaSur de pobreza, es el grito de calle
Sul de pobreza, na terra da fomeSur de pobreza, en la tierra de hambre

Junto à fome, a necessidadeJunto al hambre, la necesidad
Junto a uma arma, a resignaçãoJunto a un arma, la resignacion

Pedro cresceu sem escolhaPedro sur crecio sin eleccion
Seu pai foi a drogaSu padre fue la droga
Sua mãe foi o rancorSu madre fue el rencor
Matar foi sua resposta a um desprezo socialMatar fue su respuesta a un rechazo social
Matou até por sapatos e por ignorarMato hasta por zapatos y por ignorar

Pedro viu a luz pela última vezPedro sur vio la luz por ultima vez
Uma sexta-feira dez, um dia como outro naquele bairroUn viernes diez, un dia como otro en ese barrio
Rodeado de sirenes, curiosos e bêbadosRodeado de sirenas, curiosos y borrachos
Foi como sempre, um parágrafo em um jornalFue como siempre, un parrafo en un diario
Não houve luto, bastou um conhecidoNo hubo dolientes basto un conocido
Nada especial para um crime de arquivoNada especial para un crimen de archivo
Um negativo colorido, balas e floresUn negativo a colores, balas y flores
A ninguém importa se você ri ou choraA nadie importa si ries o llores