Granada

Imagens de desejo e tradição em "Granada" de Agustín Lara

Em "Granada", Agustín Lara cria uma visão idealizada da cidade espanhola, mesmo sem nunca tê-la visitado. A letra reflete um fascínio construído a partir de relatos e da imaginação, transformando Granada em um símbolo de desejo, beleza e paixão. Isso fica claro em versos como “Granada, tierra soñada por mí / Mi cantar se vuelve gitano cuando es para ti” (Granada, terra sonhada por mim / Meu canto se torna cigano quando é para você). O termo "gitano" reforça a ligação com o folclore espanhol e traz uma sensação de liberdade e rebeldia, elementos que marcam o tom romântico e nostálgico da canção.

A música mistura sensualidade e referências culturais, como na frase “tierra ensangrentada en tardes de toros” (terra ensanguentada em tardes de touradas), que faz alusão à tradição das touradas e à intensidade emocional da cidade. Imagens como “boca de grana, jugosa manzana” (boca de grana, suculenta maçã) evocam tanto a cor vibrante de Granada quanto o desejo amoroso. Já “los ojos moros” (os olhos mouros) destaca a herança mourisca da cidade, celebrando sua diversidade e o mistério feminino local. Lara também associa a feminilidade granadina à natureza e à religiosidade, como em “un ramo de rosas... que le dieran marco a la virgen morena” (um ramo de rosas... que emoldurasse a virgem morena). Assim, "Granada" se torna uma homenagem apaixonada, misturando fantasia, tradição e sensualidade para exaltar a cidade e suas mulheres.