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O Berço

Alberto Zitarrosa

La Cuna

Si yo supiera de qué selva vino
el árbol vigoroso que dio el cedro
para tornear la cuna de mi hijo.
Quisiera bendecir su nombre exótico,
quisiera adivinar bajo qué cielo,
bajo qué brisa fue creciendo lento
el árbol que nació con el destino
de ser tan puro y diminuto lecho.

Árbol inmenso, que te hiciste humilde
para acunar a un niño entre tus gajos,
haz de mecer los hijos de mis hijos,
toda mi raza dormirá en tus brazos.

A veces mientras duerme el pequeñuelo
evoco una historia que pudo sucederle:
tal vez bajo su copa en otro tiempo
una madre cobriza amantaba un niño
bajo el cedro amparador de nidos,
de tardecita, cuando el viejo árbol
se llenaba de pájaros con sueños
de música, de arrullos y de píos.

Árbol inmenso, que te hiciste humilde
para acunar a un niño entre tus gajos,
haz de mecer los hijos de mis hijos,
toda mi raza dormirá en tus brazos.

O Berço

Se eu soubesse de que selva veio
a árvore vigorosa que deu o cedro
para fazer o berço do meu filho.
Queria abençoar seu nome exótico,
queria adivinhar sob que céu,
sob que brisa foi crescendo devagar
a árvore que nasceu com o destino
de ser tão puro e pequeno leito.

Árvore imensa, que te fizeste humilde
para embalar uma criança entre seus galhos,
faz de embalar os filhos dos meus filhos,
toda a minha raça dormirá em seus braços.

Às vezes, enquanto o pequenino dorme,
evoco uma história que poderia ter acontecido:
talvez sob sua copa, em outro tempo,
uma mãe bronzeada amamentava um menino
sob o cedro que abriga os ninhos,
no final da tarde, quando a velha árvore
se enchia de pássaros com sonhos
de música, de canções de ninar e de piados.

Árvore imensa, que te fizeste humilde
para embalar uma criança entre seus galhos,
faz de embalar os filhos dos meus filhos,
toda a minha raça dormirá em seus braços.

Composição: