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Finalmente o Fim

Aldebert

Vivement la fin

Arrivée huit heures, neuf heures et quart
Le visage bouffi la tête en pétard
Je jette un oeil alentour
Lève et secoue la main pour
Saluer mes collègues qui
Comme moi attendent midi.
J'ai toujours su m'organiser
Attaquer tranquille sans s'presser
J'ai lu qu'on pouvait perdre du poids
En restant vautré chez soi.
Aussitôt fait aussitôt dit
Je suis parti avant midi.
A vivre comme un bureaucrate
On finit bien par avoir hâte
D'en finir lentement
A répéter souvent :

Vivement dix heures
Vivement midi
Vivement cinq heures
Vivement samedi
Vivement la paye
Vivement demain
Vivement la r'traite
Vivement la fin.

Voici venu le moment ultime
A tous entassés où la machine
On prend le café pour entretenir
Toujours les ragots les pires.
On a même vu le directeur
Comme moi attendre cinq heures.
On a reçu une carte postale
D'un collègue en vacances au Bengale.
On pouvait lire ce p'tit mot :
"On est mieux là qu'au bureau".
Ca m'a tellement rendu rageur
Je suis parti avant cinq heures.
A vivre comme un fonctionnaire
On fini bien par avoir l'air
De perdre tout son temps
A répéter souvent :

Vivement dix heures
Vivement midi
Vivement cinq heures
Vivement samedi
Vivement la paye
Vivement demain
Vivement la r'traite
Vivement la fin.

Je reste un grand collectionneur
D'objets ringards et sans valeur
Qui donne à ma sombre existence
Une certaine inconsistance.
Je joue sur mon ordinateur
Au solitaire au démineur.
Tous les mercredis du mois on donne un pot
Toujours un truc à fêter au bureau :
Un retour de congés
De nouvelles tasses à café
Et lorsqu'arrive le jeudi
Pour nous la semaine est finie.
A vivre comme un missionnaire
On finit bien par prendre l'air
Souhaiter vivre autrement
Qu'à répéter souvent :

Vivement dix heures
Vivement midi
Vivement cinq heures
Vivement samedi
Vivement la paye
Vivement demain
Vivement la r'traite
Vivement la fin.

Vivement dix heures
Vivement midi
Vivement cinq heures
Vivement samedi
Vivement la paye
Vivement demain
Vivement la r'traite
Vivement la fin.

Finalmente o Fim

Chegada às oito, nove e quinze
Com a cara inchada, a cabeça a mil
Dou uma olhada ao redor
Levanto e aceno a mão pra
Cumprimentar meus colegas que
Como eu, esperam meio-dia.
Sempre soube me organizar
Atacar tranquilo, sem pressa
Li que dá pra emagrecer
Ficando jogado em casa.
Feito, falado, já fui embora
Saí antes do meio-dia.
Viver como um burocrata
A gente acaba ficando ansioso
Pra acabar devagar
Repetindo sempre:

Finalmente dez horas
Finalmente meio-dia
Finalmente cinco horas
Finalmente sábado
Finalmente o pagamento
Finalmente amanhã
Finalmente a aposentadoria
Finalmente o fim.

Chegou o momento final
Todos amontoados onde a máquina
Tomamos café pra manter
Sempre os piores boatos.
Até vimos o diretor
Como eu, esperando cinco horas.
Recebemos um cartão postal
De um colega de férias em Bengala.
Dava pra ler essa mensagem:
"Aqui tá melhor que no escritório".
Isso me deixou tão irritado
Saí antes das cinco horas.
Viver como um funcionário
A gente acaba parecendo
Que tá perdendo tempo
Repetindo sempre:

Finalmente dez horas
Finalmente meio-dia
Finalmente cinco horas
Finalmente sábado
Finalmente o pagamento
Finalmente amanhã
Finalmente a aposentadoria
Finalmente o fim.

Sou um grande colecionador
De objetos cafonas e sem valor
Que dão à minha vida sombria
Uma certa inconsistência.
Jogo no computador
Paciência, campo minado.
Toda quarta do mês tem um happy hour
Sempre uma desculpa pra comemorar no escritório:
Um retorno de férias
Novas canecas de café
E quando chega a quinta
Pra gente a semana já acabou.
Viver como um missionário
A gente acaba respirando
Desejando viver diferente
Do que ficar repetindo:

Finalmente dez horas
Finalmente meio-dia
Finalmente cinco horas
Finalmente sábado
Finalmente o pagamento
Finalmente amanhã
Finalmente a aposentadoria
Finalmente o fim.

Finalmente dez horas
Finalmente meio-dia
Finalmente cinco horas
Finalmente sábado
Finalmente o pagamento
Finalmente amanhã
Finalmente a aposentadoria
Finalmente o fim.

Composição: