Coragem (part. Bruno Darko, Iruy e Murisko)

Reflexão sobre autossabotagem e verdade em “Coragem (part. Bruno Darko, Iruy e Murisko)”

A música “Coragem (part. Bruno Darko, Iruy e Murisko)”, de Alec', destaca de forma direta como a autossabotagem pode ser confundida com coragem, criando um ciclo de autoengano. O refrão, “Eu viajo na ilusão de que eu tenho coragem, e meu fracasso é mentir pra mim”, resume esse conflito interno, mostrando que o maior desafio não é enfrentar o mundo, mas admitir as próprias limitações e fraquezas.

A faixa tem uma atmosfera introspectiva, reforçada pelo andamento moderado e pela tonalidade em Sol menor, que serve de base para reflexões sobre autenticidade e vulnerabilidade. Versos como “Eu pus minha mão no fogo pra acender nossa lareira” e “Não subestime minha capacidade de fuder com tudo” revelam uma autopercepção marcada por tentativas de se doar e, ao mesmo tempo, pelo medo de fracassar e decepcionar. A letra também aborda a dificuldade de mudar e o apego ao passado, como em “Eu minto sobre coragem, mas eu nunca viro páginas”, além de tratar da sensação de isolamento: “As vezes eu fico cansado e sinto que ninguém me entende”.

A colaboração entre Alec', Bruno Darko, Iruy e Murisko, todos artistas conhecidos por explorar temas de autoimagem e introspecção, aprofunda a sinceridade da música. Referências ao “espelho” e ao diálogo com “a lucidez e a loucura” reforçam a dualidade entre o desejo de ser verdadeiro e o medo de encarar a própria realidade. No fim, a música propõe um olhar honesto para as batalhas internas, sugerindo que a verdadeira coragem está em reconhecer as próprias mentiras e buscar a sinceridade consigo mesmo.