ALPINISTA SOCIAL (part. Klisman)

Hipocrisia e ascensão em “ALPINISTA SOCIAL (part. Klisman)”

“ALPINISTA SOCIAL (part. Klisman)”, de Alee (BR), faz uma crítica direta à hipocrisia e ao oportunismo que surgem quando alguém conquista sucesso financeiro, especialmente no cenário do trap. O termo “alpinista social” é usado para descrever pessoas que só se aproximam do artista depois que ele alcança dinheiro e status. Isso fica claro no verso: “Várias vadia só porque agora eu tô nada mal / Alpinista social (o quê?), ela quer subir no palco / Hoje tu vai só subir no pau”, onde o interesse sexual e social se misturam, mostrando que a ascensão do artista atrai pessoas mais interessadas no que ele pode oferecer do que em quem ele realmente é.

A música também aborda o conflito entre origem e escolhas de vida, como na frase: “Filho de policial, quer fazer trap? Eu nunca vi uma merda dessa, Aleezin”. Aqui, Alee ironiza o contraste entre uma criação tradicional e o desejo de entrar no universo do trap, frequentemente associado à marginalidade e à busca por ascensão rápida. O trecho “Eu não posso voltar mais a entregar quentinha, mano” reforça a superação de dificuldades, enquanto a ostentação de marcas e o consumo de drogas aparecem como símbolos de status. A faixa ainda critica a seletividade do preconceito, como em “Eles fala que odeia racista, mas quando é artista, vira só detalhe”, mostrando como o sucesso pode relativizar até questões sérias como o racismo. Com deboche, autocrítica e denúncia social, a música expõe as contradições do ambiente em que os artistas estão inseridos.