PROIBIDO BRANCO (part. Klisman e Jovem Dex)

Contrastes sociais e códigos na música “PROIBIDO BRANCO”

“PROIBIDO BRANCO (part. Klisman e Jovem Dex)”, de Alee, expõe de forma direta o contraste entre o desejo de ascensão social e a dura realidade da periferia. A letra alterna momentos de celebração do sucesso, com referências a luxo, carros e correntes de ouro, e lembranças constantes das dificuldades enfrentadas. Um exemplo marcante é o verso “Como um neguin sonha com Grammy se ele não dorme no plantão?”, que resume o dilema de quem precisa conciliar o trabalho intenso com o sonho de uma vida melhor. Essa dualidade reforça o que Klisman comentou sobre a música ser uma ponte entre os lados positivos e negativos de quem vem da quebrada.

O título “Proibido Branco” e versos como “Proibido Branco cheiradão de MD” e “Proibido hash na casa do mano D” fazem referência à proibição de certas drogas em espaços específicos, mas também funcionam como metáfora para as regras e códigos internos das comunidades, onde cada escolha tem consequências. A repetição de “Todas essas esquinas esperando o CHTC” conecta a narrativa ao álbum e ao cotidiano do Centro Histórico, mostrando a expectativa da rua por quem representa a quebrada. O orgulho pelas conquistas aparece em versos como “Baby eu sou rico, tenho luxo, te tiro da merda”, mas sempre acompanhado do peso da responsabilidade: “Minha família, meus irmãos, sei que dependem de mim”. Assim, a música equilibra ostentação e vulnerabilidade, mostrando que o sucesso é coletivo e carrega o compromisso de transformar a vida de quem está ao redor.