SÃO PAULO (part. Klisman)

Dinâmica urbana e desapego em "SÃO PAULO (part. Klisman)"

Em "SÃO PAULO (part. Klisman)", Alee (BR) aborda o amor como um mecanismo de autodefesa, deixando claro desde o início com o verso “fingi te amar, mas foi auto defesa”. Essa postura revela uma proteção emocional diante de relacionamentos, característica marcante do rap urbano. A letra expõe tanto as vulnerabilidades do eu lírico quanto as da parceira, mostrando que ambos cometem erros e se machucam ao longo da relação.

O refrão destaca a intensidade física e o caráter viciante do relacionamento, como em “nossa foda é tipo uma droga, eu nunca vou deixar tu sóbria”. Aqui, desejo, vício e fuga da realidade se misturam, enquanto o sexo e o uso de maconha são retratados como parte de uma rotina noturna e urbana. A música também fala sobre o desapego e a transitoriedade dos sentimentos, evidenciados em versos como “fomos do pra sempre pro apagar de fotos” e “do pra sempre pro apagar do número”, mostrando como relações intensas podem se desfazer rapidamente. As referências ao Rio de Janeiro e a São Paulo sugerem não só uma conexão geográfica, mas também um contraste de experiências e estilos de vida, refletindo a trajetória do artista ou da pessoa amada. No final, o narrador adota um tom ainda mais desapegado ao dizer “não vou falar sobre nós dois, hoje eu vou falar das duas, a todas que eu fingi amar”, ampliando o tema do distanciamento emocional e da superficialidade nos relacionamentos, elementos centrais no universo retratado pela música.