Milonga Para Un Varón

Milonga Para Um Varão

Milonga Para Un Varón

(à memória do don julio sosa)(a la memoria de don julio sosa)

Com um gardel na curdaCon un gardel en la curda
E um ás de basto folgadoY un as de basto atorrante
Pendurado no gesto firmeColgando del gesto guapo
E de uma infância de aguentosY de una infancia de aguantes
Vestiu o fraque de canárioSe puso el frack de jilguero
Com a ilusão à frenteCon la ilusión adelante
Cruzou as sombras do charcoCruzó las sombras del charco
E trouxe um sonho cantor...Y trajo un sueño cantor...

Com um vai e vem de calçadasCon un trajín de veredas
Engomado até o amanhecerEngominado hasta el alba
Se mandou pra Buenos AiresSe chamuyó a buenos aires
-a fina grela do prata--la grela fina del plata-
E em cada pele de guitarraY en cada piel de guitarra
Ressuscitaram poetasResucitaron poetas
Que pela sua estampa de machoQue por su estampa de taura
O batizaram de "varão"...Lo bautizaron "varón"...

Caminho interrompido de cordasSendero trunco de cuerdas
Quando o cantor se despedaçaCuando el cantor se nos piala
Deixando o povo sem cantoDejando al pueblo sin canto
Porque a dor o encurrala.Porque el dolor lo acorrala.
Eu que aprendi as palavrasYo que aprendí las palabras
Ouvindo um tango em suas asasOyendo un tango en sus alas
Queria abrir em pombasQuisiera abrirle en palomas
Meu coração trovador...Mi corazón trovador...

E que me joguem no tempoY que me arrojen al tiempo
Da memória esquecidaDe la memoria olvidada
Pra ouvir como soaPara escuchar como suena
A voz charrua da almaLa voz charrúa del alma
E retornar pela trilhaY retornar por la huella
Com uma flor na estampaCon una flor en la estampa
Como se fosse a sombraComo si fuera la sombra
Do que chamavam de "varão"…Del que llamaban "varón"…