exibições de letras 307

Choro Suicida

Alexandre França

Letra

    Nem toda história de amor acaba em morte, mas
    Em Curitiba estes números assustam, pois
    Quando o inverno chega por aqui
    Os suicidas de amor se multiplicam por dois

    Mais um poeta da dor se joga fora do bar
    Onde a garoa cai guardando suas palavras
    No piso de pedra do alto da glória para
    Toda a boemia abraçada rir cantando

    Nem toda história de amor acaba em morte, mas
    Em Curitiba estes números assustam, pois
    Quando o inverno chega por aqui
    Os suicidas de amor se multiplicam por dois

    Esta doença de amor não tem remédio, porém
    Em Curitiba no inverno os bares enchem mais
    De gente fria esquentando com cachaça
    Um desejo que no fundo só faz bem de mais

    Eu mesmo largo mão de tanta hipocrisia
    Dançando com as mocinhas da cidade que eu não dava valor
    Em cada esquina mais um santo se agita
    Ao ler a missa que dionísio saberia de cor

    Na rua o tom de cinza tenta dar um clima
    Avermelhado pro curitibano se despir do pudor
    E a chuva deixa dentro um fogo um cataclista
    Pulsando um outro sentimento que nos dá calor

    É a polaca do batel deixando a boca sorrir
    Falando alto, sem vergonha, pro comboio ouvir
    Que o esporro vai continuar na sua casa
    Outra casa cabisbaixa para farra enfeitar

    Com cores novas
    A fachada desbotada cheia de lambrequins
    Um vinho campo largo
    Pinta os dentes de um infeliz

    Que agora fala pelos cotovelos que não doem tanto
    Quanto antes numa época em que o amor doía como
    Aneurisma ou pontadas na barriga, o amor era uma briga
    Que batia um coração desajustado, tão cansado de sofrer
    Por opção

    Nem toda história de amor acaba em morte, mas
    Em Curitiba estes números assustam, pois
    Quando o inverno chega por aqui
    Os suicidas de amor se multiplicam por dois

    Mas toda noite do mundo que se preze também
    Possui no fundo da gaveta um suicida bem do tipo
    Que não liga tanto para a vida, mas
    Que para morte nunca deu a mínima

    Composição: Alexandre França / Octávio Camargo. Essa informação está errada? Nos avise.

    Comentários

    Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

    0 / 500

    Faça parte  dessa comunidade 

    Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Alexandre França e vá além da letra da música.

    Conheça o Letras Academy

    Enviar para a central de dúvidas?

    Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

    Fixe este conteúdo com a aula:

    0 / 500

    Opções de seleção