395px

Noites de Prata

Alfredo Navarrine

Noches de Plata

Escucha, mujer hermosa,
De mi guitarra las quejas
Que se enredan en tus rejas,
Como madreselva en flor.
Mañana, cuando despiertes,
Levántate a recogerlas,
Que son cascadas de perlas
Del manantial de mi amor.

Quisiera en mis cantares
Brindarte el alma mía,
Mi corazón ardiente,
Mi vida y mi ilusión.
Y entre las notas tristes
De mi melancolía
Desparramar suspiros
De santa adoración.

Las brisas de la tarde
Mitigan mi quebranto,
Escucha mi plegaria,
Ten compasión de mí.
Que mientras tu dormitas
Yo riego con mi llanto
Las cuerdas de mi lira
Que vibran para ti.

Al despedirme, hada blanca,
Pongo al pie de tu ventana
Mi trova, la más galana,
Empapada de arrebol.
En ella te doy el alma,
Mi cariño más ferviente
Que caerá sobre tu frente
Como una lluvia de sol.

Noites de Prata

Escuta, mulher linda,
As queixas da minha guitarra
Que se enroscam nas suas grades,
Como jasmim em flor.
Amanhã, quando você acordar,
Levante-se pra pegá-las,
Que são cachoeiras de pérolas
Do manancial do meu amor.

Queria nas minhas canções
Te oferecer minha alma,
Meu coração ardente,
Minha vida e minha ilusão.
E entre as notas tristes
Da minha melancolia
Espalhar suspiros
De santa adoração.

As brisas da tarde
Amenizam minha dor,
Escuta minha prece,
Tenha compaixão de mim.
Que enquanto você dorme
Eu rego com meu pranto
As cordas da minha lira
Que vibram pra você.

Ao me despedir, fada branca,
Coloco aos pés da sua janela
Minha trova, a mais elegante,
Encharcada de arrebol.
Nela te dou minha alma,
Meu carinho mais fervoroso
Que cairá sobre sua testa
Como uma chuva de sol.

Composição: