El Malo de Culiacán

El hubiera ya no existe, no hay mañana, ya paso
El pasado dejó cicatrices, pero creo que el tiempo las eliminó
Hoy exactamente en el mes de diciembre
Se cumplen doce meses que el malo se fue
Por atrabancado, por no ser dejado
Yo creo que por hombre
Ay, júzguelo usted

Una súper, una nueve, un cuerno de chivo
Un R, ¿qué más da?
Yo portaba orgullosamente
Una tres ochenta que vio mi final
¿Y de qué servía traer ese día un fusil más grande
Si no dejan ser?
Valientes cobardes, sicarios de mentira
Llegan por la espalda
No me pude defender

Acumulé muchos puntos
Andando en el pozo de agua
Siempre anduve
Con la güera
En las buenas y en las malas
Solo le pido un favor
No deje solo a mi hermano
Pásele mi puntuación
Mis bonos acumulados
Juntos fuimos el Ying Yan
Yo fui el negro
Él es el blanco
Él es de buen corazón
Yo simplemente fui malo

(Y esta tampoco es para que se pongan a llorar)
(Es pa' que se echen una a mi salud)
(Pero en la Cinco de mayo)

Todavía me eché un taco
Antes de morir en un restaurante
Sin saber que iba a dar blanco
A un poco de plomo unos minutos más
Maldito, seguro que mal te portaste
No quisiste abrirme la puerta jamás
Quise dar el brinco salir por la ventana
Pero ya no pude, qué mal quedó la Nissan

Alcancé a comer buñuelos
Sarcásticamente antes de Navidad
Tenía listas un par de bromas
Ahí si me falló, ya no pude llegar
No conocí el once, me faltaron seis días
Ahí me lo platican cuando anden acá
Ahí saquen la cuenta
Mis números y fechas
Para aquel que no sepa
Fui el malo de Culiacán

Bueno aunque al final de todo
No creo haber sido tan malo
Solo cuando se ofrecía
O si decía el alto mando
No se vayan a enredar
No crean que yo he reencarnado
Están viendo a mi carnal
Aunque tal vez por allá ando
Muchos aún aquí se preguntan
Que si le jale al gatillo
No les puedo contestar
Vean como quedó el martillo

O Bandido de Culiacán

O haveria já não existe, não há amanhã, acabou
O passado deixou cicatrizes, mas acho que o tempo as apagou
Hoje exatamente no mês de dezembro
Doze meses se passaram desde que o bandido partiu
Por preso, por não ser deixado
Eu acho que por homem
Ai, julgue-o você

Uma Super .38, uma 9 mm, uma AK-47
Uma R, que importa?
Eu usava com orgulho
Foi uma 380 que viu meu fim
E de que adiantou trazer um rifle maior naquele dia
Se eles não permitem?
Bravos covardes, assassinos de araque
Eles chegam por trás
Não consegui me defender

Acumulei muitos pontos
Andando no poço de água
Eu sempre andei
Com a loira
Nas boas e nas ruins
Eu só te peço um favor
Não deixe meu irmão sozinho
Dê a ele a minha pontuação
Meus bônus acumulados
Juntos éramos o Ying Yan
Eu era o preto
Ele é o branco
Ele é bom de coração
Eu simplesmente fui mau

(E isso também não é para começarem a chorar)
(É pra que bebam uma à minha saúde)
(Mas num Cinco de Maio)

Eu ainda mandei ver num taco
Antes de morrer em um restaurante
Sem saber que ia dessa para melhor
Por causa de um pouco de chumbo, uns minutos depois
Maldito, com certeza você se comportou mal
Você nunca quis abrir a porta para mim
Eu queria pular pela janela
Mas eu não podia mais, que ruim ficou a Nissan

Cheguei para comer bolinhos
Sarcasticamente antes do Natal
Eu tinha algumas piadas prontas
Aí eu falhei, já não pude chegar
Não conheci o onze, me faltaram seis dias
Eles me falam sobre isso quando estão aqui
Peguem a conta
Meus números e datas
Para quem não sabe
Eu era o bandido de Culiacán

Bem, embora no final de tudo
Eu não ache que era tão ruim
Somente quando oferecido
Ou se o comando fosse dado
Não se confundam
Não pensem que eu reencarnei
Eles estão vendo meu corpo
Embora talvez eu esteja lá
Muitos ainda aqui se perguntam
E se puxar o gatilho
Eu não posso respondê-los
Veja como ficou o martelo

Composição: Alfredo Olivas