Quando me desarmo

O sempre perto que pensei estar longe
O mesmo medo que acostumei a sentir
O outro lado que ousei atravessar
O antes feito que não me fez evitar

Todos estes minutos de meia paz
Existindo entre espaços de outro nada
É por onde eu enxergo o quase fim
Que se acolhe aqui dentro e não comigo

Eu sei o que fazer
E sei também que não o faço
Porque quando me desarmo
Fica à mostra
Esta dor que se contenta porque gosta
De lembrar pra não deixar se repetir

Mas será que um dia volto a ser bem menos?
Menos mesmo, quase ao ponto de estar
Noutro canto do mundo sem me exigir
Qualquer riso que estampa em não mostrar

Que quando sou parte querendo ser todo
Também me despeço da vida e da paz
Porque só percebo o que a noite desfaz
No dia que chega e me vence de novo

Oh, oh, oh