U Should Not Be Doing That

Autonomia e ironia em "U Should Not Be Doing That"

"U Should Not Be Doing That", da banda Amyl And The Sniffers, é uma resposta direta e irônica ao moralismo e à hipocrisia presentes tanto na cena musical quanto na sociedade. Amy Taylor, vocalista do grupo, transforma críticas sobre seu comportamento e aparência em afirmações de autonomia e autoconfiança, usando o humor como ferramenta de resistência. Um exemplo claro está no verso “I was in Tokyo / Showing off my crack / And you told me that I should not be doing that” (Eu estava em Tóquio / Mostrando minha bunda / E você me disse que eu não deveria estar fazendo isso), que faz referência a situações reais em que ela foi julgada por sua postura e roupas, especialmente por pessoas mais velhas e conservadoras do meio musical.

A letra também destaca que, independentemente do lugar – seja Tóquio, Los Angeles, Londres, Naarm (nome aborígene para Melbourne) ou Gadigal (Sydney) – sempre há alguém pronto para julgar ou impor regras. Isso aparece em versos como “Another person saying I'm not doing it right / Another person tryna give me some kinda internal fight” (Outra pessoa dizendo que não estou fazendo certo / Outra pessoa tentando me causar algum tipo de conflito interno), mostrando o desgaste de lidar com críticas constantes. No entanto, Amy deixa claro que não se deixa abalar, como em “I'm working on my worth, I'm working on my work, I'm working on who I am” (Estou trabalhando no meu valor, estou trabalhando no meu trabalho, estou trabalhando em quem eu sou). O uso de duplo sentido em expressões como “showing off my crack” e “flash those tits” serve para escancarar o absurdo das críticas e, ao mesmo tempo, rir delas, transformando o julgamento em motivo de piada e afirmação pessoal.