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Borrão

ANABYA

Letra

    Se a lágrima escorreu, fudeu
    Meus traumas me julgam
    Passado, presente, computam

    Essa situação vale minha paz e luta?
    Esse cara é real?
    Ou criei mais uma falcatrua?

    Lembranças com saudade
    Deixam minha alma nua
    Quando tento ser racional
    Me proteger
    Me perco tô na tua
    Insegura
    Fugindo das mazelas
    Que os outros caras plantaram
    Você até pode ser bom
    Mas colhe espinhos
    Isso me parece errado

    Cê sabe do passado
    Daqueles outros lados
    Conheço-te do avesso
    De todos teus prometo
    Dos olhos que brilharam
    E quando eles tavam machucados
    De todas que mentiu
    Ninguém viu

    Eu vi
    Assumo e tô aqui, do outro lado
    Pensando o que é que eu faço
    Pra juntar teus cacos com os meus
    E tentar montar um quadro abstrato
    Sempre abstrato
    Porque quadros pintados por poetas
    Nunca vai ser bem interpretado

    Me envolvi com a incógnita
    Mais bonita que já vi
    Com a profundidade
    Mais oceânica daqui
    Beijei os lábios da bohemia
    E me reconheci

    Queimei na fogueira, gostei
    Deixei me levar pelos tô bem
    Ignorei demônios professores
    Que anunciavam meu próximo fim
    Errei
    Assombrada pelos não sei

    Caneta alguma escreve
    O que os teus olhos descrevem
    Quando fitam meu ser
    Borrão nenhum se limpa
    Quando é nóis que pinta
    Me ajude a retroceder
    Caneta alguma escreve
    O que teus olhos descrevem
    Quando fitam meu ser
    Borrão nenhum se limpa
    Quando é nóis que pinta
    Me ajude a retroceder

    O primeiro dia
    Sendo o dia primeiro
    Tua rebeldia, encontrava poesia
    Na minha esquina
    E me pixava, grafitava
    Sem máscaras
    Tragadas da minha tinta
    Te intoxicou
    Eu juro que te amo
    Mas pareço errônea nos lamentos
    É o tanto que conheço
    Desse teu lindo avesso
    Me causa indecisão
    Sobre essa relação
    Se basear é mim, já era
    Minha pele tá sempre
    Trocando de escamas
    E a tua pele me parece velha
    (Velha)
    Como quando me fez mal
    Como quando me fez mal

    Caneta alguma escreve
    O que os teus olhos descrevem
    Quanto fitam meu ser
    Borrão nenhum se limpa
    Quando é nóis que pinta
    Me ajude a retroceder


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