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Um Poncho Desaba a Tarde

André Teixeira

Letra

    Um poncho desaba a tarde nos ombros desta fronteira
    Num tranco de abrir porteira, batendo o aço da espora
    Cacho atado de um zaino, crioulo marca de estrela
    Seguindo a alma sinuela, nos rumos de ir s’embora

    Um baio claro de tiro, dois cuscos “bajo el estrivo”
    Talvez não saibam o motivo na escolta da comitiva
    Que sem querer leva a tropa da vida de tanta gente
    Que vai cansada e nem sente, porque ainda segue viva

    Vai estendida uma tropa de ilusões e quimeras
    E a certeza que era o sustento dessa fronteira
    Que foi por diante no tranco deixando marcas na estrada
    Pra quem não ficou com nada quando fechou-se a porteira

    Depois da estância arrendada por gente de outro pago
    Se perdeu o olhar por vago, procurando uma vertente
    E o tempo ficou distante pra querer voltar ao passo
    Maior foi ficando o espaço, separando terra e gente

    Chapéu de aba batida, feitio das chuvas de agosto
    Tapando o jeito do rosto que mira longe e bem perto
    Certezas de quem um dia teve querência e caminho
    E agora segue sozinho, sem achar que esteja certo

    Um poncho desaba a tarde num prenuncio de aguaceiro
    Toldado sobre um tropeiro que dentro dele se esconde
    E leva por diante sonhos que guardou na própria vida
    Feito uma tropa estendida, pro rumo do não sei donde

    Composição: André Teixeira / Gujo Teixeira / Juliano Moreno. Essa informação está errada? Nos avise.

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