exibições de letras 2.890

Quando o Poncho Bota Culo

Ângelo Franco

LetraSignificado

    Que o negro Jorge morreu se soube por noticiário
    Que apenas contou do fim, sem tempo pra comentários
    Assunto pra mais de mês, na boca do "vizindário"!

    Nem pode lavar o mate
    Ao ver as águas subindo
    Saltou em pelo na baia
    No amanhecer de domingo.
    Sabia que a "éguada" mansa
    Ficara ilhada na costa
    Não se mede sacrifício
    Pra aquilo que a gente gosta!

    Negro Jorge era vaqueano
    Das cheias de galho a galho
    Mas uma zaina gaviona
    Ponteou buscando um atalho.
    A correnteza é um mistério
    Parece um tiro de laço
    Por isso que não assusta
    Quem tem confiança no braço.

    Não é que a baia resvala
    Já quase subindo a taipa
    Depois de bandear o rio
    Feitio de fole de gaita.
    O posteiro que ajudava
    Atropelou pra barranca
    "Inda" viu a mão do negro
    Sumindo na espuma branca.

    Uma baia cabos negros
    Saiu "solita" do rio
    O chapéu acharam logo
    E o mango nunca se viu.
    O poncho que escorou águas
    Agora se vai com elas
    E os olhos que se emalaram
    Emprestam lume pras velas.

    Ficaram dois ovelheiros
    Uivando em frente da ilha
    Nem mesmo a noite de chuva
    Quebrou aquela vigília.
    Será que ouviram o negro
    Talvez pedissem socorro
    É norma de tempo e vida
    O dono "perdê" os cachorros!


    Comentários

    Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

    0 / 500

    Faça parte  dessa comunidade 

    Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Ângelo Franco e vá além da letra da música.

    Conheça o Letras Academy

    Enviar para a central de dúvidas?

    Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

    Fixe este conteúdo com a aula:

    0 / 500

    Opções de seleção