Alameda

Um dia de silêncio
Eis que a gente senta na calçada
E olha a tarde num momento
E no ar vapores de outro tempo
Que o vento nos teima em trazer
Tudo é mais real
Quando a gente vê de fora para dentro

Pois quanto mais eu vejo
Mais a minha mão se fecha e dentro dela
Surge um outro vento
Vento que evapora a agonia
Que um dia passou por aqui
Na vida real
A gente se esconde por trás do pensamento

Quero inventar outro porvir
De outro viver
E me encontrar n´outro lugar
E pode ser que eu então me iluda

Aquela alegria
Quando tudo era uma alameda
Tudo era sentimento
Que me atravessava sem demora
Hoje a gente vê que foi miragem
Hoje a gente vê, foi ilusão