El Toro Encartado

Coragem e traição no universo de “El Toro Encartado”

A música “El Toro Encartado”, de Ariel Camacho, utiliza a figura do touro como símbolo de um protagonista que enfrenta sozinho os perigos e traições do mundo do narcotráfico. O verso “Yo solito le hago al frente / Y atoro a la gente que manda al contrario” (“Eu sozinho encaro de frente / E pressiono quem manda do lado oposto”) destaca a coragem solitária do personagem, que não depende de aliados para se impor diante dos inimigos. A rotina violenta e a naturalização da morte aparecem em “matar dos o tres de los que matan diario” (“matar dois ou três dos que matam todo dia”), mostrando como a violência faz parte do cotidiano desse universo.

A traição é um tema central, evidenciado em “Siempre son los socios los que te traicionan / Cuando sale muy buen queso” (“Sempre são os sócios que te traem / Quando aparece muito dinheiro”), onde “queso” é uma gíria para dinheiro, revelando como a ganância pode destruir até as parcerias mais próximas. A letra também mistura perdas pessoais e tragédias globais, como em “Se caen las torres gemelas / Se murió mi abuela que eran importantes” (“As Torres Gêmeas caíram / Minha avó, que era importante, morreu”), ressaltando a imprevisibilidade e o peso das perdas na vida do personagem.

O tom desafiador e sarcástico aparece em “¿Qué color quieres la caja? / ¿Te gusta plateada o del color dorado?” (“De que cor você quer o caixão? / Prefere prateado ou dourado?”), sugerindo que o destino dos inimigos já está decidido. Ao citar países ligados ao tráfico internacional no final, a música amplia o alcance do protagonista, mostrando poder e influência além das fronteiras. “El Toro Encartado” é reconhecida como um retrato cru do narcotráfico, abordando lealdade, vingança e as consequências fatais das escolhas nesse meio, além de influenciar outros artistas do gênero, como Natanael Cano.